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LIXO-LUXO é, acima de tudo, um exercício de reflexão. Partindo da proposta de pensar o Intendente a partir da premissa: Memória, Sustentabilidade e Projecção (tema agregador do Festival BI 2018). Assume o formato de residência artística e culmina numa exposição. Tem por base a vontade de criar uma rede de economia circular, que detecte que o lixo de uns pode ser aproveitado por outros nas suas actividades, permitindo a criação de parcerias institucionais e humanas, e diminuir a pegada ecológica e social deste local. Pretendemos reutilizar os objectos desperdiçados em cada um dos contextos (lixo) e com eles criar objectos artísticos que lhes atribuam uma nova leitura (luxo). Convidámos entidades vizinhas a abrirem as portas dos seus armazéns e dos seus desperdícios, facilitando o acesso ao seu interior, ao que ninguém vê, ao seu verdadeiro ADN. Apresentámos estes materiais a um grupo de artistas convidados, que com eles criarão um diálogo entre o seu universo artístico, a instituição que o acolheu e o lugar Intendente, resultando daqui as suas criações. Na base do pensamento está a ténue fronteira que coloca um mesmo objecto na categoria de lixo ou o pode considerar um luxo. É fácil entender esta ideia em relação aos objectos mas aqui queremos pensar mais além. Como se transpõe este princípio para o contexto social, urbanístico, económico e artístico? Acreditamos que é urgente esta reflexão a propósito deste lugar – Intendente! – em tempos um Lixo da cidade e hoje uma proto-zona de Luxo.
(Susana Alves)
Bairro Intendente em Festa´18 | Lisboa